Fundação e primeiros desenvolvimentos (1837–1860)

A AIP foi fundada a 28 de janeiro de 1837 por 756 empresários, negociantes, académicos e figuras da cultura e ciência portuguesas. Tornou-se uma das primeiras expressões de associativismo empresarial em Portugal.


Sede

·      Rua Augusto Rosa (1837)


Presidente da época

José Ennes 

1860-1863 | Empresário 


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Sócio mais antigo (fundação)



A empresa António Moreira Rato & Filhos, fundada em 1840, é o sócio mais antigo da AIP com sede em Lisboa, inicialmente dedicada a cantarias e mármores e mais tarde à indústria do cimento e ao setor imobiliário.

Promoção industrial e renascimento associativo (1860–1900)

Em 1860, retoma atividade como Associação Promotora da Indústria Fabril (APIF), promovendo exposições industriais e incentivando o estudo técnico e científico da indústria. Em 1886 recupera a designação original, Associação Industrial Portuguesa.


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Homens de ideias liberais com cultura política e científica


A criação da AIP resultou da iniciativa de um grupo notável de personalidades que se distinguiam pela sua formação intelectual, visão económica e compromisso com os ideais liberais. Entre os 756 subscritores dos primeiros estatutos encontravam-se empresários, negociantes, engenheiros, militares, académicos, escritores, médicos e figuras com intervenção política ativa — um núcleo que representava a elite cultural e científica da época.

Destacavam-se entre eles:


  • João Pedro de Amorim – Marítimo e comerciante; autor do Dicionário da Marinha (1841).
  • Guilherme Quintino de Avelar – Combatente liberal; diretor do Círculo das Alfândegas do Algarve.
  • Francisco de Paula Lobo de Ávila – General liberal; deputado por Ovar; opositor de Costa Cabral.
  • David Gonçalves de Azevedo – Cavaleiro das Ordens da Conceição e da Rosa (Brasil); vice-cônsul no Maranhão; presidente do Gabinete Português de Leitura.
  • António Joaquim Barjona – Catedrático e diretor da Faculdade de Medicina de Coimbra; deputado.
  • José Marciano Correia Belles – Tenente do Exército; membro da Maçonaria.
  • João Pinto Carneiro – General de brigada; autor do Código Civil de 1863 e do Código de Justiça Militar.
  • João Carlos Lara de Carvalho – Advogado e escritor.
  • Manuel Vicente Teixeira de Carvalho – Membro do Governo interino pós-Revolução de 1820; guarda-mor da Torre do Tombo.
  • Alexandre Fernandes da Fonseca – Fundador da Sociedade dos Artistas Lisbonenses.
  • João José Alves Freineda – Taquígrafo da Câmara dos Senadores.
  • Francisco da Ponte e Horta – General de divisão, arma de engenharia; professor.
  • Joaquim Manuel de Moura Lampreia – Padre franciscano.
  • António José de Lima Leitão – Médico, militar, escritor e tradutor; pioneiro da homeopatia em Portugal; membro da Maçonaria.
  • João Pedro de Santa Clara da Silva Lemos – Oficial do Exército; jornalista.
  • Joaquim José Lisboa – Escritor.
  • Francisco Luís Lopes – Escritor.
  • José Manuel da Gama Carneiro e Sousa – Conde de Lumiares; Presidente do Conselho de Ministros; Ministro da Guerra, da Marinha e do Ultramar.
  • Bento Joaquim Cortês Mântua – Jornalista e proprietário.
  • José Maria Mascarenhas de Melo – Oficial do Exército.
  • José António Miranda – Magistrado.
  • Joaquim Ramalho Ortigão – Combatente liberal; bisavô do escritor Ramalho Ortigão.
  • Carlos Cezar Ribeiro – Oficial do Exército; escritor; sócio da Real Academia de Ciências de Lisboa.
  • David da Fonseca Pinto – Jornalista.
  • Samuel Safarty – Negociante.
  • José Pedro Soares – Professor; escritor.
  • Joaquim José de Sousa – Médico.
  • Henrique Daniel Wenq – Escrivão da Alfândega de Lisboa.


Este conjunto de perfis evidencia a ambição fundadora da Associação: unir o conhecimento técnico, científico, cultural e económico para promover o desenvolvimento industrial e modernizar o país.


Sedes


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RUA AUGUSTO ROSA, ALJUBE. 

1837 

Por decreto da Rainha D. Maria II, assinado pelo Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda, João Oliveira, a AIP recebeu, em 18 de dezembro de 1837, o uso das instalações do antigo Aljube. Construído no século XVI e utilizado durante séculos como prisão, o edifício estava então ocupado por repartições públicas. Hoje, alberga o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade.


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RUA DO ARCO BANDEIRA (ATUAL RUA DOS SAPATEIROS). 1860 – 1865 

Após décadas de transformações, a AIP retoma o movimento associativo sob a designação Associação Promotora da Indústria Fabril, com estatutos homologados por D. Pedro V. Instala-se no n.º 23 da Rua Arco de Bandeira.


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RUA DA BOAVISTA. 

1865 – 1887 

Durante a presidência de Fradesso da Silveira, a sede muda para o 2.º andar do n.º 42 da Rua da Boavista, onde permanece por mais de duas décadas.


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RUA IVENS. 

1887 

Graças a uma subscrição entre fabricantes e empresas industriais, a AIP instala-se no n.º 20, 1.º andar, da Rua Ivens, no Chiado. Contribuíram 24 entidades, metade do setor têxtil, destacando-se a Companhia Nacional de Tabacos com a maior quantia (45$000 reis). No total, foram angariados 463$000 reis.


Presidentes da época


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Joaquim Fradesso da Silveira 

1863-1875 | Professor e empresário 


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António de Barros Carvalhosa 

1875-1886 | Militar e político


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António Augusto de Aguiar 

1886-1887 | Professor e político 


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João Crisóstomo Melício 

1888-1890 | Político e jornalista 


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José Joaquim da Silva Amado 

 

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Fernando Mattoso dos Santos 

1892-1893 | Médico e político  

Afirmação nacional e contributo para políticas públicas (1900–1930)

A AIP aprofunda o seu papel na definição de políticas públicas, valorização do ensino industrial e organização de congressos nacionais. Reforça o movimento associativo e a representação internacional da indústria portuguesa.


Sede


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RUA DO MUNDO (ATUAL RUA DA MISERICÓRDIA). 

ATÉ 1940 


Após a proclamação da República e a remodelação da AIP, a sede transfere-se para o n.º 20 da então Rua do Mundo. O presidente era Carlos Alfredo da Silva, proprietário da Fábrica Vulcano e Colares. Hoje, o edifício acolhe o Espaço Chiado, onde funciona um centro comercial.


Presidentes da época


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Henrique Pereira Taveira 

1893-1910 | Empresário 

  

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Carlos Alfredo da Silva 

1910-1913 | Economista, professor e empresário 

 

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António Lobo de Aboim Inglês 

1914-1920 | Engenheiro, professor e político 

 

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Alfredo da Silva 

1921-1923 | Empresário 

 

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José Maria Álvares 

1924-1940 | Empresário 

Grandes feiras, representações e dinamização económica (1930–1950)

A AIP intensifica a participação em certames nacionais e internacionais, promove o estudo industrial e consolida o seu papel de referência económica e técnica.


Sede mantida neste período

  • Rua da Misericórdia


Presidente da época

  • José Maria Álvares (até 1940)
  • Francisco Cortês Pinto (1941–1960)


Expansão institucional e reforço técnico (1950–1970)

Criação de departamentos técnicos, promoção da produtividade e qualidade, e maior envolvimento na internacionalização empresarial.


Sedes

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AVENIDA DA LIBERDADE. 

1941 – 1958 


No dia de Santo António de 1941, a AIP inaugura a nova sede no n.º 242 da Avenida da Liberdade, um palacete adquirido por José Maria Álvares por mil contos. O projeto previa uma ampla sala para conferências e exposições industriais. Em 1958, o edifício é demolido, dando lugar ao prédio da companhia de seguros Tranquilidade.


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Avenida Infante Santo (1958–1962)

Com a construção da Feira das Indústrias Portuguesas (FIP), futura FIL, a AIP muda-se provisoriamente para o n.º 42-B da Avenida Infante Santo.


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Praça das Indústrias (desde 1962)

Num edifício projetado pelo reconhecido arquiteto Francisco Keil do Amaral, a AIP instala-se, em 1962, na Praça das Indústrias, na Junqueira (Alcântara), onde se encontra até hoje. Além deste edifício, o complexo inclui dois blocos adicionais – “Amarelo” e “Rosa” –, onde atualmente está instalado o AIP HUB.


Presidentes da época


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Francisco Cortês Pinto 

1941-1960 | Médico e empresário 

 

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Carlos Garcia Alves 

1960-1972 | Engenheiro e empresário 

Reconhecimento público e reforço associativo (1970–2000)

Apoio à criação de associações empresariais regionais, participação em iniciativas económicas internacionais e reforço do movimento associativo nacional. A AIP recebe distinções públicas e consolida o seu papel institucional.


Sede


·      Praça das Indústrias (mantém-se)


Presidentes da época

 

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Augusto Salazar Leite 

1972-1974 | Médico, professor e empresário 

 

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Ruy Ramirez Sanches 

1974-1975 | Engenheiro e empresário 

 

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Manuel Mendes Garcia 

1975-1976 | Empresário 

 

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João Vaz Guedes 

1976-1981 | Engenheiro e empresário 

 

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Jorge Rocha de Matos 

1981-2011 | Empresário 

Século XXI

No século XXI, a AIP reforçou a sua posição como uma instituição sólida, moderna e preparada para responder aos desafios da economia contemporânea. Com uma visão clara para o ciclo 2024–2027, consolida a sua capacidade técnica e organizacional, aprofundando uma atuação independente e focada no apoio direto às empresas.


A atividade da AIP estrutura-se hoje em áreas estratégicas determinantes para o futuro das empresas portuguesas: transição energética, digitalização e automação, produtividade, inovação, capitalização e financiamento, redimensionamento empresarial, internacionalização e exportações.


Com esta orientação, a AIP entra num novo ciclo mais forte, renovando o compromisso de quase dois séculos: apoiar as empresas, impulsionar a competitividade e contribuir para um país mais produtivo, inovador e global.


Sede

  • Praça das Indústrias (atual)


Presidente atual


 

José Eduardo Carvalho 

2011-20.. | Empresário